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Assédio no ambiente de trabalho: como prevenir, conscientizar e proteger sua equipe

Assédio no ambiente de trabalho: como prevenir, conscientizar e proteger sua equipe

O tema assédio no ambiente de trabalho nunca esteve tão em evidência — e, felizmente, nunca foi tão urgente discuti-lo. O Brasil registrou, apenas em 2024, mais de 53 mil denúncias de assédio moral e sexual em ambientes corporativos, segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Controladoria-Geral da União (CGU). E esse número é, certamente, subnotificado.

Seja no chão de fábrica, no escritório, em home office ou no ambiente híbrido, o assédio não escolhe setor, cargo ou tamanho de empresa. Seus impactos vão além dos prejuízos financeiros, pois destroem relações, afetam a saúde mental e comprometem a segurança psicológica dos trabalhadores.

Neste artigo, você entenderá o que é o assédio, os tipos existentes, quais são os impactos para as empresas e, principalmente, como prevenir, conscientizar e proteger sua equipe.

O que é assédio no ambiente de trabalho?

O assédio no ambiente de trabalho é qualquer conduta abusiva, reiterada ou pontual, que se manifesta por meio de comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritos e que têm por objetivo, ou efeito, atingir a dignidade, provocar humilhação, constrangimento, desestabilização emocional e/ou profissional da vítima.

Ele pode ocorrer tanto de forma vertical (do chefe para o trabalhador), horizontal (entre colegas), quanto, em alguns casos, ascendente (de subordinados para superiores).

Tipos de assédio no ambiente corporativo

Assédio Moral

  • Ato contínuo e prolongado de humilhação, exposição vexatória, perseguição, isolamento, ameaças ou sobrecarga de trabalho.
  • Impacta diretamente a saúde emocional, podendo gerar ansiedade, depressão e burnout.

Assédio Sexual

  • Ações com conotação sexual, com ou sem contato físico, que geram constrangimento e desconforto.
  • Pode ser direto (propostas, toques, comentários) ou indireto (piadas, insinuações, exposição de conteúdos).

Assédio Organizacional

  • Práticas da própria empresa que geram ambientes tóxicos, como pressão extrema por metas, sobrecarga intencional, estímulo à competitividade predatória e negligência no combate a práticas abusivas.

Assédio Virtual (Cyberbullying Corporativo)

  • Ocorre em meios digitais, como mensagens abusivas, exclusão proposital de grupos corporativos, exposição em redes internas, ironias ou cobranças excessivas no ambiente digital.

Impactos do assédio para empresas e trabalhadores

Além do sofrimento humano, que já deveria ser motivo suficiente para agir, o assédio traz impactos diretos, como:

  • Aumento de afastamentos e licenças médicas — muitos relacionados a transtornos mentais.
  • Queda na produtividade e no engajamento.
  • Rotatividade elevada (turnover).
  • Perdas financeiras com processos trabalhistas, indenizações e multas.
  • Danos à imagem da empresa no mercado e nas redes sociais.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que empresas com ambientes tóxicos podem ter perdas de até 7% do faturamento anual, considerando custos diretos e indiretos.

Como prevenir o assédio na prática?

1. Política clara, pública e ativa de combate ao assédio

  • Crie um código de conduta que defina claramente o que é e o que não é aceitável no ambiente de trabalho.
  • Estabeleça canais seguros, anônimos e confiáveis para denúncias.
  • Garanta que haja consequências para comportamentos abusivos.

2. Capacitação e sensibilização constante

O tema deve estar presente não só na SIPAT, mas durante todo o ano. Isso inclui:

  • Palestras com especialistas, rodas de conversa e campanhas internas.
  • Treinamentos específicos para lideranças — afinal, a gestão é quem mais influencia o clima.

Dados mostram que empresas que capacitam seus líderes em empatia, escuta ativa e segurança psicológica têm até 30% menos registros de assédio.

3. Incluir o tema na SIPAT e nos programas de SST

Muitas empresas ainda associam SIPAT apenas a temas físicos, como uso de EPI ou prevenção de incêndios. Mas a legislação e as boas práticas em SST já reconhecem a saúde emocional como fator de segurança ocupacional.

Por isso, incluir palestras, dinâmicas e atividades sobre assédio na SIPAT fortalece a cultura de respeito e bem-estar.

4. Atue rapidamente em cada sinal

  • Toda denúncia deve ser apurada com seriedade, sigilo e imparcialidade.
  • Medidas provisórias (como afastamento dos envolvidos) podem ser aplicadas durante a investigação.
  • Uma investigação lenta ou omissa gera descrédito nos canais e piora o clima.

5. Cultura de segurança psicológica e respeito

Segurança não é só colocar capacete ou usar cinto de segurança. Segurança também é poder falar sem medo, errar sem ser humilhado e trabalhar sem sofrer pressão abusiva.

Empresas que investem na segurança emocional têm:

  • Menos acidentes físicos, pois o estresse crônico e o medo reduzem a percepção de risco;
  • Maior retenção de talentos;
  • Mais inovação e engajamento.

Insight rápido: A segurança que salva vidas começa no respeito — e o respeito não pode ser opcional.

Compartilhe essa reflexão e ajude a construir ambientes de trabalho mais saudáveis.

E qual é o papel da liderança?

  • Dar exemplo. O líder é referência.
  • Ser acessível. Crie espaço para que sua equipe fale sem medo.
  • Não tolerar piadas, insinuações ou “brincadeiras” que gerem constrangimento.
  • Agir rápido. O líder que se omite também é corresponsável.

E a legislação, o que diz?

O Brasil tem avançado significativamente na legislação sobre assédio:

  • A Lei nº 14.457/2022, que criou o Programa Emprega + Mulheres, obriga empresas com CIPA a adotarem medidas de prevenção ao assédio sexual e outras formas de violência.
  • A inclusão da ISO 45003, que trata da saúde psicológica no trabalho, também reforça esse compromisso global.

Como começar essa transformação?

  • Inclua o tema no seu calendário de treinamentos.
  • Leve o debate para a SIPAT, para DDS, para a CIPA e para as reuniões de equipe.
  • Crie campanhas internas, promova rodas de conversa e incentive diálogos.
  • Acione palestras que combinem impacto, emoção e conteúdo — com especialistas que transformam informação em reflexão e mudança.

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