O ano de 2024 começou com uma importante incorporação no calendário nacional, a campanha do janeiro branco pode ser um divisor de águas na promoção da prevenção e incentivo ao tratamento da saúde mental e emocional.

Apesar da campanha ter originalmente surgido em 2014, apenas recentemente foi sancionada a lei a respeito da campanha, com o principal objetivo de fortalecer a causa, que busca trazer mais visibilidade para doenças causadas pelo estresse.

Continue lendo e confira o que dispõe a nova legislação sancionada e como ocorrerá o janeiro branco.

O que é janeiro branco?

O Brasil possui um cenário delicado com relação à saúde mental, principalmente pelos números alarmantes de ocorrências de doenças como a ansiedade, depressão entre outras, no entanto, apesar de ser algo presente na vida da maioria dos brasileiros, seu tratamento, é, muitas vezes, negligenciado.

A saúde mental e as doenças derivadas dela, ainda são invalidadas em muitos contextos, o que dificulta seu reconhecimento e a busca por tratamento.

Dessa forma, o janeiro branco surgiu como uma campanha dedicada à conscientização e promoção da saúde mental, que ocorre durante o mês de janeiro, semelhante ao que ocorre em outros meses, como o outubro rosa, setembro amarelo e novembro azul.

Essa iniciativa tem como objetivo principal, mobilizar a sociedade para reflexões e ações relacionadas ao cuidado emocional e mental, além de combater o estigma associado às questões psicológicas.

Durante esse período, diversas atividades são realizadas, como palestras, seminários, workshops e campanhas de conscientização em escolas, empresas e comunidades.

A campanha busca incentivar a população a refletir sobre a importância da saúde mental, desmistificar preconceitos, promover o autocuidado e buscar ajuda quando necessário.

Assim, o janeiro branco contribui para ampliar a compreensão sobre a importância do equilíbrio emocional na busca por uma vida mais saudável e feliz.

Como funciona a aplicação da lei sancionada?

A fim de complementar a legislação já existente acerca deste tema, recentemente, em abril de 2023, o atual presidente sancionou a Lei 14.556/23, que regulariza a criação da campanha do janeiro branco.

Sendo assim, a partir de 2024, o primeiro mês do ano será inteiramente dedicado a conscientização sobre a saúde mental, abrangendo a realização de medidas socioeducativas, como, por exemplo, palestras e campanhas, em um contexto nacional.

O diferencial a ser destacado é o foco da campanha na prevenção para a dependência química, que vem se mostrado crescente, principalmente entre os jovens, além da prevenção ao suicídio, o que, é interessante frisar, não interfere na campanha do setembro amarelo.

Apesar de ser negligenciada por muitos brasileiros, as doenças derivadas da saúde mental afetam uma grande parcela da população, que abrange cerca de 19 milhões de pessoas, este número, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) sofreu um aumento considerável e configura o país como o mais ansioso do mundo.

A legislação, resultado de esforços de diversos setores da sociedade, representa um marco significativo no reconhecimento da importância da saúde mental como parte integrante do bem-estar geral.

Afinal, a saúde mental é um componente essencial para uma vida plena e produtiva, influenciando diretamente outras áreas da saúde, como a física e a emocional.

A nova lei abrange medidas que visam fomentar a conscientização, prevenção da saúde mental, através de campanhas nacionais de conscientização, com temas que incluem hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas, focando especialmente na prevenção da dependência química e do suicídio.

Em um país onde as demandas sociais e profissionais podem ser avassaladoras, a promoção da saúde mental não é apenas desejável, mas necessária, o janeiro branco e a nova legislação associada são passos essenciais na construção de uma sociedade mais consciente, solidária e comprometida com o cuidado integral da saúde.

Como a rotina de trabalho afeta a saúde mental?

É constatado que entre as principais causas de estresse está a rotina de trabalho excessiva que muitos brasileiros enfrentam, em decorrência deste fator, pode derivar diversas doenças, como a ansiedade, a depressão, o pânico ou a síndrome de Burnout.

A rotina de trabalho dos brasileiros pode ter impactos significativos na saúde mental devido a uma série de fatores, entre as principais influências, predominantemente é possível citar as jornadas prolongadas e o estresse.

Afinal, muitos brasileiros enfrentam jornadas de trabalho longas e intensas, o que pode levar ao estresse crônico, o excesso de trabalho, especialmente quando não há um equilíbrio adequado entre vida profissional e pessoal, pode contribuir para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.

Além disso, não é incomum entre os cidadãos possuir mais de uma ocupação para complementar a renda, com o atual cenário econômico do país, ter mais de um emprego se tornou algo comum nas famílias brasileiras, principalmente para acompanhar a crescente de preços no país.

Com duas ou mais fontes de renda provenientes do mesmo trabalhador, é praticamente impossível manter uma jornada de trabalho saudável, onde haja o equilíbrio entre vida pessoal, profissional, lazer e saúde.

Outro fator prejudicial é um ambiente de trabalho negativo, que pode ser caracterizado por relações interpessoais conflituosas, falta de apoio ou reconhecimento, podendo ter impactos negativos na saúde mental dos trabalhadores.

Muitos setores no Brasil têm uma cultura organizacional que valoriza metas e desempenho a todo custo, isso pode criar uma pressão intensa sobre os trabalhadores, resultando em ansiedade, exaustão e outros problemas de saúde mental.

A instabilidade no mercado de trabalho e a falta de garantias quanto à segurança do emprego podem causar estresse adicional, conviver com o medo do desemprego e a insegurança financeira são fatores que afetam diretamente o bem-estar mental.

Além disso, a pandemia de COVID-19 intensificou e popularizou o trabalho remoto, que, apesar de trazer benefícios, também pode contribuir para o isolamento social, e dificultar a imposição de limite para o horário de trabalho.

A falta de interações face à face e o equilíbrio inadequado entre trabalho e vida pessoal podem impactar negativamente a saúde mental.

Apesar desses fatores não serem universais, eles estão presentes na vida de grande parte da população, o que contribui para a normalização deste tipo de cenário, sendo mais um ponto que pode ser melhorado com o janeiro branco.

É essencial realizar palestras e conscientizar os cidadãos e trabalhadores sobre a importância da saúde mental.

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