É muito comum utilizar os termos doença do trabalho e doença ocupacional como sinônimos. Apesar de ambas serem doenças provenientes do trabalho, elas não são a mesma coisa. Isso porque a doença ocupacional está relacionada à função que o trabalhador realiza na empresa, enquanto a doença do trabalho se refere às condições do ambiente. É importante saber distinguir esses termos corretamente para que assim sejam tomadas medidas de prevenção adequadas. Para saber mais sobre a diferença entre elas, continue a leitura.
Doença ocupacional
Como mencionado anteriormente, a doença ocupacional é desencadeada por atividades exercidas no ambiente de trabalho. Por exemplo, um funcionário do setor administrativo que desenvolveu Lesão por Esforço Repetitivo (LER) por conta do uso constante do teclado. Assim como a LER, existem uma variedade de outras doenças causadas pela atividade exercida pelo trabalhador. Entre as mais recorrentes estão:
- Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT);
- Transtornos mentais, incluindo estresse, ansiedade e depressão;
- Dorsalgias;
- Hérnia;
- Transtorno das articulações;
- Transtornos auditivos;
- Neoplasia;
- Discos intervertebrais;
- Varizes nos membros inferiores.
Seja qual for o sintoma apresentado, é recomendado que o colaborador entre em contato com um profissional da área de saúde para realizar o diagnóstico e tomar as medidas necessárias para que o quadro não se agrave.
É importante destacar também que os colaboradores que adquirem doenças ocupacionais diagnosticadas, apresentam os mesmos direitos daqueles que sofreram acidente de trabalho. Entre esses direitos estão o auxílio-doença ou até aposentadoria por invalidez a depender do nível de gravidade da doença e da perícia médica realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Como prevenir?
Muitas doenças ocupacionais podem ser prevenidas por meio de atitudes simples e até mudanças no ambiente de trabalho. No caso de doenças ocasionadas por movimentos repetitivos, como exemplo, podem ser tomados alguns cuidados em relação à ergonomia para sua prevenção. Entre esses cuidados estão:
- Ginástica laboral: Por meio dessa atividade é possível diminuir a fadiga, melhorar a postura e fortalecer os músculos de modo a trazer mais disposição para realização das atividades. Além disso, a ginástica laboral eleva a autoestima dos trabalhadores e promove o bem-estar.
- Móveis ergonômicos: Aposte em mobílias que proporcionem um conforto melhor para o trabalhador para assim evitar fadiga e dores musculares. Desse modo, os funcionários se sentem mais dispostos para trabalhar, gerando assim melhores resultados para a empresa.
- Postura adequada: Procure alertar o funcionário para que se sente da forma correta, encostando a coluna no encosto da cadeira e evitando cruzar as pernas. É importante também manter o teclado posicionado de forma que o braço e o antebraço formem um ângulo de 90°.
Já no caso de doenças ocasionadas por instrumentos do trabalho, como a exemplo da dermatose que pode ser ocasionada por contato com alguma substância, ou até doenças respiratórias devido a inalação de algum produto, é recomendado que se use o Equipamento de Proteção Individual (EPI), incluindo luvas e máscara de proteção.
Doença do trabalho
Diferentemente da ocupacional, a doença do trabalho está relacionada às condições do ambiente de trabalho e não com a função do trabalhador. Como exemplo, um colaborador possui problemas auditivos devido a exposição constante a ruídos presentes no ambiente. Lembre-se que não necessariamente os ruídos estão relacionados a função que esse trabalhador desempenha, eles podem ser provenientes, por exemplo, do motor que se encontra próximo ao seu local de trabalho.
Entre as doenças de trabalho mais comum estão:
- Câncer de pele;
- Cefaleias;
- Surdez temporária ou definitiva;
- Doenças respiratórias e da visão.
Como prevenir?
Devido ao fato das doenças do trabalho serem provenientes de agentes presentes no ambiente, a principal medida de proteção é o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva. No caso da presença de ruído, como o exemplo citado acima, é recomendado que se use protetores auriculares para evitar danos na audição. Já se o trabalhador está exposto durante um longo período ao sol, como os pedreiros, pode ser utilizado protetores solares e mangas compridas de modo a evitar doenças como o câncer de pele.
Diferença de acordo com a Previdência Social
Além das diferenças citadas acima, é importante levar em consideração também que as doenças ocupacionais tendem a ser incapacitantes a longo prazo. Isso por sua vez dá direito ao trabalhador a aposentadoria por invalidez ou até aposentadoria especial. Já as doenças do trabalho precisam somente de um afastamento temporário a curto prazo.
Assim, enquanto a doença ocupacional passa pela previdência social para que esta realize o reconhecimento, a doença do trabalho não passa por esse processo. Porém é importante destacar que em ambos os casos o trabalhador tem direito ao benefício do Seguro Contra Acidentes de Trabalho.
Programas de promoção à saúde
Independente das diferenças existentes entre as doenças, é importante que se tenha um programa na empresa voltado para prevenção de ambas. Isso inclui o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Enquanto o PPRA busca definir medidas para reduzir, eliminar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho, o PCMSO garante o monitoramento da saúde do trabalhador. No caso do PCMSO são realizados exames de admissão, demissão e periódicos que auxiliam no acompanhamento do estado de saúde dos empregados. Assim, é importante ficar atento se esses programas estão implementados na empresa e adequados de acordo com as Normas Regulamentadoras (NR).
Promover um ambiente adequado para que os colaboradores executem suas funções, é fundamental não só para evitar doenças ocupacionais e do trabalho, como também para deixá-los mais satisfeitos. Afinal, quando a empresa demonstra se preocupar com a saúde do colaborador, este passa a ficar mais satisfeito e consequentemente mais produtivo.
Agora que você já sabe a diferença entre doença ocupacional e do trabalho, porque não conferir mais artigos como esse no nosso blog?