Ter uma empresa devidamente organizada envolve uma série de processos e elementos que tornam o dia a dia no local de trabalho mais seguro. O mapeamento de riscos de acidentes é um exemplo disso, sendo indispensável para a proteção de todos.
Quem atua no mercado de trabalho, em empresas de diferentes segmentos, sabe que é fundamental seguir procedimentos estipulados dentro da companhia para que nada fuja do controle.
Em indústrias e fábricas dos mais variados nichos, isso é ainda mais sério, uma vez que existem situações que podem trazer riscos consideráveis para a integridade física dos trabalhadores.
Até mesmo em uma empresa especializada em construção civil esse ponto é discutido com cautela, levando em consideração os tipos de serviços que são realizados dentro de um canteiro de obras, por exemplo.
Existem diferentes tipos de ferramentas que foram idealizadas para tornar o ambiente de trabalho apto para as atividades laborais, com o intuito de prevenir acidentes de trabalho com maior eficiência.
É aqui que entra o mapa de riscos, uma espécie de documento que é desenvolvido de maneira personalizada para cada empresa, no qual se ilustra os possíveis riscos presentes naquele local.
Neste recurso de segurança, também é possível entender qual o nível de intensidade de perigo em cada uma das alas e funções realizadas na empresa.
Sendo assim, construir um mapeamento de riscos não é uma tarefa simples que pode ser feita por qualquer pessoa. É necessário que uma equipe técnica devidamente habilitada faça uma avaliação do espaço e possa construir o mapa da maneira correta.
Não à toa, o mapa de riscos é uma medida de segurança necessária para garantir a proteção dos funcionários de uma companhia, e por isso é indispensável para promover uma maior conscientização do uso do local de trabalho.
Para entender melhor qual é a importância do mapeamento, qual a aplicação dele e como é o seu funcionamento, siga na leitura deste conteúdo e saiba mais sobre esse recurso fundamental dentro de determinados ambientes corporativos.
O que é um mapeamento de risco?
É verdade que um funcionário que atua em um escritório de contabilidade está menos propenso a se expor a situações de risco do que aqueles que exercem atividades em empresas de usinagem.
Isso é caracterizado pelas atividades que são necessárias para a execução do trabalho, o que pode ser indicado, por exemplo, pelo tipo de vestimenta que deve ser usada para cumprir essas funções.
O mapeamento de risco entra, nesse cenário, como uma ferramenta de conscientização para os colaboradores de um estabelecimento, sendo um mecanismo importante de segurança do trabalho, sendo também obrigatório de acordo com a lei.
Ele surgiu na Itália, nos anos 60, criado pelo movimento sindical local, como um documento especializado no controle dos perigos presentes dentro de um espaço de trabalho.
Tinha como realizadores os técnicos e os trabalhadores, uma vez que estes eram ainda mais conscientes dos riscos encontrados dentro da empresa onde atuavam. No Brasil, o mapeamento foi instaurado na década de 80.
Já em 1992, por meio da portaria DNSST nº 5, de 17 de agosto, tornou-se um elemento obrigatório de segurança, alterando a NR 9. Nesse caso, a empresa que não cumprir o estabelecido pode sofrer processos judiciais e pagar multas.
Assim como hoje existe a obrigatoriedade do uso de EPIs (equipamentos de proteção individual), como os calçados EPI, o mapa de riscos deve ser desenvolvido em locais de trabalho específicos, para garantir a segurança de todos os colaboradores.
Um mapa de riscos é representado por círculos de tamanhos e de cores diferentes, que indicam os tipos e o nível de perigo em cada setor do estabelecimento. Por isso, ele depende de uma avaliação técnica para ser construído adequadamente.
A importância de um mapa de riscos
Tal como um sistema de gestão ambiental, um mapeamento de riscos se apresenta como um recurso importante para as empresas que atuam com atividades específicas, que precisam ser realizadas com todos os cuidados indicados.
Nesse sentido, é possível dizer que entre as principais funções de um mapeamento de riscos está a informação e a conscientização dos perigos encontrados no dia a dia de um estabelecimento.
Além disso, ele pode ser utilizado como uma ferramenta de planejamento, ajudando a pensar e a colocar em prática ações de prevenção de acidentes.
Um mapa de risco deve estar visível para colaboradores e para visitantes da empresa, justamente pela sua capacidade de expor situações que podem prejudicar a integridade física das pessoas.
É também um recurso que permite fazer diagnósticos precisos sobre as características do espaço, de maneira que se tenha subsídios para atuar com a prevenção, potencializando a segurança e priorizando a informação.
Essa é uma forma bastante eficaz de mostrar aos colaboradores que realizam serviços em altura, por exemplo, sobre a necessidade do uso dos EPIs próprios do seu cargo, uma vez que esses equipamentos podem evitar problemas durante a atividade.
Para tanto, é essencial que ele esteja visível para todos os que atuam na empresa, promovendo uma conscientização sobre os riscos no local.
Como se aplica, na prática, um mapa de riscos?
Entender como funciona o mapa de riscos é parte fundamental do processo que vai garantir a sua eficiência, de modo que é necessário que os funcionários da empresa saibam visualizá-lo e compreender as informações contidas ali.
Para começar, é possível falar sobre as suas cores:
- Azul: Riscos de Acidentes;
- Amarelo: Riscos Ergonômicos;
- Vermelho: Riscos Químicos;
- Verde: Riscos Físicos;
- Marrom: Riscos Biológicos.
No círculo azul são enquadrados riscos de acidentes, como a possibilidade de explosão, a presença de animais peçonhentos, presença de eletricidade, falta de iluminação adequada, etc.
No amarelo, as ameaças podem ser: esforço físico intenso, ritmos excessivos, repetitividade, levantamento e deslocamento manual de cargas pesadas, estresse físico ou psicológico, entre outros.
Já a cor vermelha representa perigos causados pela presença de poeira, gases, vapores, neblina e produtos químicos em geral.
No verde estão os riscos causados por ruídos, vibrações, pressões, calor, frio, umidade e radiação.
Por fim, na cor marrom estão as ameaças causadas por vírus, fungos, parasitas, bactérias, protozoários, etc.
Depois, além da classificação pelas cores, há ainda a que diz respeito ao tamanho dos círculos, representando alto ou baixo risco de acordo com o setor de trabalho.
Nas circunferências de até 2,5 cm estão os pequenos riscos ou ameaças médias, mas já protegidas. Nas de 5 cm são aqueles incômodos que podem ser controlados. E nas de 10 cm estão os perigos graves de vida, de mutilação e de doenças.
Sendo assim, qualquer profissional, seja ele um mecânico de manutenção de aeronaves ou um engenheiro químico, deve saber analisar o mapa de riscos do local onde trabalha e tomar todas as precauções necessárias para se manter protegido e em segurança.
Saiba como se faz um mapeamento de riscos
Como não poderia deixar de ser, um mapa de riscos só pode ser elaborado por pessoas capacitadas a avaliar os perigos encontrados dentro do ambiente de trabalho, para que o documento seja elaborado da forma correta.
Afinal, tal como uma cerca de vidro depende de um técnico habilitado para instalá-la sem dificuldades ou prejuízos, é o profissional com conhecimento na área que terá subsídios suficientes para fazer a classificação das ameaças dentro daquela companhia.
Para tanto, a confecção do mapa é feita em etapas, sendo a primeira a de conhecer os processos de trabalho do estabelecimento. Na sequência, é preciso avaliar os agentes perigosos presentes no espaço.
Posteriormente, é preciso verificar quais as medidas de segurança que são aplicadas no local, identificando também os casos de doenças e de acidentes já ocorridos na empresa, validando todo o processo de modo claro e encontrando possíveis brechas.
Por fim, é possível elaborar o mapa de riscos com assertividade, garantindo que os profissionais responsáveis por conduzir produtos químicos, assim como o responsável pelo transporte de carros cegonha, tenham a segurança necessária para as suas funções.
Sempre que houver adaptações no ambiente de trabalho, como a instalação de novos maquinários, uma mudança de endereço ou a inclusão de novas atividades, o mapeamento de riscos deve ser refeito, uma vez que o cenário foi modificado.
Afinal, outros riscos podem ter sido adicionados ao local, o que exige uma nova avaliação técnica de todo o ambiente e a mensuração dos efeitos que essas mudanças podem trazer para todos os colaboradores.
Mesmo que pareça um processo burocrático, o mapeamento de riscos é uma ação de suma importância para diferentes tipos de empresas, além de ser uma obrigação prevista em lei.
Por isso, é necessário providenciar a realização de uma vistoria completa na companhia, para que o desenvolvimento do mapa de risco possa ser feito da maneira correta e com todos os detalhes necessários, garantindo assim a segurança de toda a equipe da empresa.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.